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Justiça condena internauta por posts racistas após eleições em 2014.

Um internauta de Taubaté, no interior de São Paulo, foi condenado pela Justiça Federal por ter feito comentários preconceituosos contra moradores do Rio de Janeiro e das regiões norte e nordeste do Brasil. Os comentários foram feitos no perfil do Facebook do internauta após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais em 2014.

O internauta foi condenado a dois anos e quatro meses de prisão em regime aberto por incitar a discriminação, mas a pena foi substituída por prestação de serviços à comunidade e pagamento de multa de dois salários mínimos. Ele pode recorrer.

Em uma das postagens, o internauta disse: “Parabéns especial para o povo nordestino, nortistas e para os cariocas também!!!! Mais uma vez vcs acabaram de f**** com o Brasil seus b*****!!!!!! Na hora de pedir comida, teto, saúde e o caramba a quatro, veem para SP pedir nossa ajuda. Meus parabéns povinho de m****!!!!” (sic).

Horas depois, ele ainda fez uma segunda postagem: “Não tenho dúvida alguma, por esse motivo sou a favor da criação do imposto sobre jegue e o burro. Imaginem a receita que teríamos principalmente no norte e nordeste do Brasil! !!!” (sic).

No processo, o internauta assumiu a autoria das postagens e alegou que foram motivadas pelo grande número de votos que Dilma Rousseff, que na ocasião foi reeleita presidente, recebeu nas regiões norte e nordeste e na cidade do Rio de Janeiro. Ele teria dito que as postagens foram um desabafo motivado pela indignação com a situação política e que não teria nenhum tipo de preconceito.

Apesar disso, a Justiça considerou que “o contexto político da época apenas serviu de pano de fundo para o desenrolar dos fatos, ocorrendo inequívoco abuso do direito de liberdade de expressão por parte do réu”.

A sentença ressalta que “as declarações transbordaram a seara do legítimo debate político ao externar opiniões preconceituosas e discriminatórias capazes de atingir a honra objetiva das pessoas vinculadas às regiões supracitadas”.

Fonte:  G1