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Queixas contra comércio online crescem 216% - Número de reclamações de quem comprou pela web triplicou neste ano, por motivos que variam do atraso na entrega ao extravio de produtos - 20/09/2010

O consumidor que compra com frequência pela internet corre o risco de ficar esperando pela encomenda perdida ou que ficou na fila para sair da empresa. Só na cidade de São Paulo o número de reclamações relativas ao atraso na entrega do produto, extravio ou falta de peça no estoque triplicou no período de março e julho de 2010 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Procon-SP. Foi um salto de 741 para 2.343 registros –- um crescimento de 216%.

“Comprei seis livros pela internet há dois meses, mas só recebi dois, apesar de ter pago por toda compra”, conta o metroviário Paulo Teixeira. Ele mandou e-mails para a empresa e até agora não foi ressarcido. “Toda semana envio dois ou três e-mails, mas não entram em contato comigo.”

Ao mesmo tempo que o número de pessoas descontentes cresceu, o comércio virtual teve aumento de 40% no faturamento no período de março a julho deste ano, em comparação com o mesmo período de 2009. “É um mercado que, nesse período, recebeu cerca de 15,5 milhões de pedidos, 40% a mais do que em 2009″, revela o diretor geral da consultoria e-bit, Pedro Guasti. Segundo ele, o crescimento das reclamações sobre problemas no setor não é considerado preocupante, diferentemente do entendimento dos órgãos de defesa do consumidor.

Além de o aumento de reclamações estar ligado com o crescimento da demanda, na opinião do presidente da pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico  Camara-e.net), Manoel Matos, o crescimento das queixas tem relação com a deficiência da infraestrutura na parte de logística do País. “O comércio eletrônico cresceu muito e a logística não acompanhou. Esse é o único problema que ameaça o setor nesse momento.”

Para o Procon-SP, o aumento do consumo ou os problemas de logística não justificam o crescimento das reclamações. “O aumento da demanda nunca é uma justificativa nesses casos”, afirma o diretor de atendimento do órgão, Robson Campos.

Fonte: Jornal da Tarde de São Paulo – Caderno Seu Bolso